No artigo "Por onde começar a criar: blog, podcast, Youtube, Twitch?" eu disse que a forma mais simples de se começar a criar conteúdo é através de texto: você não precisa gravar nem editar nada, não precisa mostrar o rosto e, se não quiser, não precisa nem usar seu nome verdadeiro.

O primeiro ponto que você talvez vá pensar é: tá, mas que plataforma eu vou usar pra criar meu blog?

Existem várias opções pra se hospedar um blog hoje em dia e, se você dar uma pesquisada, vai encontrar muitos artigos diferentes comparando as diferentes plataformas.

Embora esse seja um ponto importante, não perca muito tempo nessa escolha.

Semana passada eu conversei com a Jeniffer, uma das Alura Stars, e ela me contou que tinha várias ideias pra posts e conteúdos, mas que tava travada sem escrever porque não conseguia se decidir sobre qual plataforma usar.

Eu disse: Jeniffer, escolhe uma e vai. Se você não gostar, amanhã ou depois você muda. Tá tudo bem.

Se tem uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos como criador de conteúdo é que qualquer coisa que você puder usar como desculpa pra adiar a criação de algo, você vai usar. E eu falo por experiência própria: eu demorei anos pra criar o meu blog e, nesse tempo, eu li dezenas de artigos comparando plataformas e porque você deveria escrever sobre X ou Y no seu blog.

Pra quem tá no início, o importante é começar a criar. Depois você pensa nos detalhes.

Tendo isso em mente, vem a próxima pergunta.

Que tipos de conteúdo escrever no meu blog?

Bora recapitular os tipos de histórias que podemos contar.

Histórias profissionais

Esse é aquele tipo de história em que você se baseia em algo que já viveu ou vive no ambiente de trabalho e na vida profissional como um todo.

Eu gosto muito de usar exemplos de coisas que já vivi profissionalmente pra fazer reflexões sobre pontos específicos. Como por exemplo nesse post, onde conto como minha experiência na Alura e meus projetos me fez perceber que preciso fazer menos coisas. Tem esse também, onde me baseio fortemente na minha trajetória profissional pra falar sobre mudança de emprego.

Outros exemplos genéricos de histórias profissionais:

• Como consegui o trabalho na empresa que sempre quis
• Porque aprender X tecnologia mudou minha vida
• Como mudei de uma área nada a ver com tecnologia pra programação
• Meu processo de imigração para o exterior
• Como comecei a contribuir com a comunidade acadêmica

As possibilidades são infinitas. E dentro de cada assunto existem vários sub-assuntos que dá pra ir quebrando e falando de maneiras diferentes.

Histórias técnicas

Aqui não tem muito segredo: histórias técnicas são aquelas que envolvem código, problemas de arquitetura, performance, etc.

E geralmente essas histórias vêm de problemas ou cenários que você já passou em seu dia a dia de trabalho ou coisas que você está estudando no momento. Eu recomendo fortemente falar sobre o que você está estudando: é uma forma de compartilhar o aprendizado, ao mesmo tempo em que você fixa e documenta seu aprendizado.

Eu particularmente não escrevo histórias técnicas já faz um bom tempo porque meu trabalho já não é mais escrever código há anos. Mas já fiz muito no passado lá no meu blog com posts sobre C#, ASP.NET e Angular.

Histórias pessoais

Nem só de conteúdo técnico vivem os devs. Por trás do código e das histórias profissionais, existem pessoas. E a gente sabe que a vida nem sempre é fácil.

É legal compartilhar de vez em quando coisas que você passou na vida que de alguma forma te ensinaram algo. Hoje em dia tem muita gente na área de tech com problemas de saúde mental, seja por trabalhar muito, não se identificar com o trabalho ou outras coisas.

Não faz tanto tempo, escrevi sobre os altos e baixos da quarentena e sobre a necessidade de se desconectar. Essas histórias são legais pra gerar empatia e criar conexões com as pessoas: tem muita coisa que a gente passa e acha que está sozinho, quando não está.

Meus posts devem ser curtos ou longos?

Será que eu preciso escrever um super artigo complexo cheio de referências ou a galera ia gostar mais de algo sucinto?

A resposta é: não sei. E o único jeito de descobrir é escrevendo e testando como as pessoas reagem.

Mais do que como as pessoas reagem, é legal entender o que funciona melhor pra você. Pode ser que sejam os textos longos, pode ser que sejam coisas mais simples do dia a dia.

Eu particularmente só escrevo textos mais longos aqui pra newsletter, pro blog eu já escrevi muita coisa bem curtinha. Às vezes é só um resumo sobre algum vídeo ou um texto curto sobre um evento.

Tem audiência pra tudo.

O melhor conteúdo é aquele que você consegue criar com frequência

Demora tempo até as pessoas te reconhecerem, lembrarem do seu rosto, saberem o que você é e o que faz. E mais tempo ainda para começarem a te seguir pelo seu trabalho e te reconherecem como referência em algum assunto específico.

Quando falamos de blog, você precisa entender que tipo de história e que tamanho de artigo você tem mais facilidade pra escrever. E você só vai descobrir isso escrevendo :)

Então, teste!
Mas no início, a não ser que você tenha algum objetivo super específico com seu blog, sugiro que comece com posts curtos.

Algumas ideias de posts curtos que você pode começar a escrever hoje:

• Uma apresentação: quem é você e onde veio parar onde está hoje?
• Como você conseguiu seu emprego atual?
• O que você faz em seu emprego atual?
• Um artigo curto relatando um problema que teve no trabalho, como pesquisou e quais links solucionaram seu problema. Ou, se você não tiver encontrado a resposta, como resolveu. Lembrando que não precisa ser algo super complexo: se você teve o problema e não encontrou uma resposta, as chances de outras pessoas estarem tendo o mesmo problema e não encontrando é grande.
• Quem são suas referências na área de tecnologia? Quem te inspira?
• Seus podcasts, newsletters e canais favoritos da área.
• Que tecnologias você usa no dia a dia e já usou antes? Quais gostou mais e por que? Quais teve mais dificuldade? Esse dá pra ser mais longo e trabalhado, mas você pode ir fazendo aos poucos: dedica 15-20 min todo dia pra ir lapidando ele.

E quando começar a pensar em como vão te julgar, lembre-se que ninguém se importa com o seu conteúdo. E isso é bom.