
Então você é dev e quer começar a criar conteúdo?.
Quando a gente fala criar conteúdo pensamos em várias coisas diferentes. Nem todas boas.
Hoje em dia temos criadores de conteúdo de tudo quanto é coisa e de nichos muito específicos.
Quer começar a fazer sua própria cerveja?
Você vai encontrar gente que fala sobre isso no dia a dia.
Quer cozinhar melhor?
Tem milhares de canais, perfis de Instagram e blogs de culinária pra você seguir e se aperfeiçoar.
Quer só relaxar vendo vídeos da China rural?
Eu amo a Liziqi.
Resumindo: tem tudo que você imaginar e mais um pouco.
Mas é claro, tem também os criadores cujo "conteúdo" é só ser uma pessoa bonita e postar fotos em lugares paradisíacos. Que fique claro que aqui a gente não tá falando dessas pessoas.
Mas o que é criar conteúdo?
Pra mim, criar conteúdo é contar uma história. E quando a gente fala "história" pensa em uma narrativa com início, meio e fim.
E é isso mesmo.
Se você pensa em criar conteúdo, provavelmente quer compartilhar algo que:
- você está estudando
- quer estudar e aprender mais sobre
- está trabalhando no momento
- você já trabalhou e quer contar como foi
- você passou no ambiente do trabalho
- aconteceu na sua vida e transformou sua carreira
Todo mundo que cria conteúdo está falando sobre algo que, direta ou indiretamente, tem relação com a história da sua vida.
E podemos classificar essas histórias em 3 grupos diferentes: profissionais, pessoais e técnicas.
Histórias profissionais
Esse é aquele tipo de história em que você se baseia em algo que já viveu ou vive no ambiente de trabalho e na vida profissional como um todo.
Eu gosto muito de usar exemplos de coisas que já vivi profissionalmente pra fazer reflexões sobre pontos específicos. Como por exemplo nesse post, onde conto como minha experiência na Alura e meus projetos me fez perceber que preciso fazer menos coisas. Tem esse também, onde me baseio fortemente na minha trajetória profissional pra falar sobre mudança de emprego.
Outros exemplos genéricos de histórias profissionais:
- Como consegui o trabalho na empresa que sempre quis
- Porque aprender X tecnologia mudou minha vida
- Como mudei de uma área nada a ver com tecnologia pra programação
- Meu processo de imigração para o exterior
- Como comecei a contribuir com a comunidade acadêmica
As possibilidades são infinitas. E dentro de cada assunto existem vários sub-assuntos que dá pra ir quebrando e falando de maneiras diferentes.
Histórias técnicas
Aqui não tem muito segredo: histórias técnicas são aquelas que envolvem código, problemas de arquitetura, performance, etc.
E geralmente essas histórias vêm de problemas ou cenários que você já passou em seu dia a dia de trabalho ou coisas que você está estudando no momento. Eu recomendo fortemente falar sobre o que você está estudando: é uma forma de compartilhar o aprendizado, ao mesmo tempo em que você fixa e documenta seu aprendizado.
Eu particularmente não escrevo histórias técnicas já faz um bom tempo porque meu trabalho já não é mais escrever código há anos. Mas já fiz muito no passado lá no meu blog com posts sobre C#, ASP.NET e Angular.
Histórias pessoais
Nem só de conteúdo técnico vivem os devs. Por trás do código e das histórias profissionais, existem pessoas. E a gente sabe que a vida nem sempre é fácil.
É legal compartilhar de vez em quando coisas que você passou na vida que de alguma forma te ensinaram algo. Hoje em dia tem muita gente na área de tech com problemas de saúde mental, seja por trabalhar muito, não se identificar com o trabalho ou outras coisas.
Não faz tanto tempo, escrevi sobre os altos e baixos da quarentena e sobre a necessidade de se desconectar. Essas histórias são legais pra gerar empatia e criar conexões com as pessoas: tem muita coisa que a gente passa e acha que está sozinho, quando não está.
"Mas eu vou falar sobre o que? Não tenho nada novo pra compartilhar"
Uma das dúvidas que bate em quem ainda tá começando a criar conteúdo é: pra que falar sobre Javascript, por exemplo? Já tem milhares de pessoas falando sobre esse assunto.
É, de fato tem.
Mas lembra daquilo que falamos ali em cima?
Todo mundo que cria conteúdo está falando sobre algo que, direta ou indiretamente, tem relação com a história da sua vida.
Tem milhares de artigos, vídeos, perfis, newsletters e o que você imaginar especificamente só pra falar sobre Javascript.
Mas e sua perspectiva sobre essa tecnologia? Problemas e desafios que você passa no dia a dia?
O seu ponto de vista é único.
A maneira que você fala e transmite tudo o que aprende é diferente de outras pessoas. A maneira que você conta uma história pode impactar alguém do seu círculo que você nem imaginava que precisava daquilo. E outra: não é porque um conteúdo já existe que todo mundo que precisa dele vai encontrar.
Além disso, há uma outra razão muito legal pra você criar: a partir do momento que compartilha suas histórias, você começa a criar sua presença online. As pessoas no seu círculo começam a entender melhor quem você é e que trabalho faz.
Com tempo e constância, pessoas realmente interessadas no que você tem feito vão começar a te seguir. E desse interesse, podem surgir oportunidades de trabalho e networking e até amizades.
Como começar?
Recentemente aqui dentro da Alura eu me envolvi com um projeto chamado Alura Stars: um programa que visa impulsionar a voz de pessoas criadoras de conteúdo da comunidade brasileira de tecnologia.
E o Bruno, que é um dos Stars, fez essa pergunta em nosso grupo:
Já pensei em diversas ideias de formatos de conteúdo que eu gostaria de fazer. Mas na hora de dar foco, escolher qual ideia começar e iniciar o projeto, acabo procrastinando com o medo de escolher o formato "errado" ou em razão de alguns sintomas de "síndrome do impostor". Como avaliar o potencial da ideia sem criar muita expectativa ou fazer muito investimento, superar esse medo e iniciar sem tanta insegurança?
Bem, hoje em dia nós temos muitos formatos diferentes pra contar nossas histórias, mas nós podemos dividir esses formatos em 3 tipos básicos: texto, vídeo e áudio. E aí se a gente começar a quebrar por rede social e plataforma, cada um desses formatos vai funcionar direito se for produzido de um jeito.
O que eu recomendo pra quem tá começando é começar por conteúdo baseado em texto.
Motivos pra isso:
- Investimento financeiro baixo ou nulo. Em 5 minutos você coloca um blog gratuito no ar e tem uma varidade enorme de plataformas pra isso.
- Artigos e posts em texto são conteúdos que você pode criar assincronamente: dá pra escrever um pouquinho todos os dias e publicar só quando você achar que está pronto. E as pessoas podem consumir no nomento que fizer sentido pra elas também.
- Você não precisa mostrar sua cara. Isso acaba sendo uma barreira pra pessoas tímidas ou que simplesmente não querem aparecer em vídeo ou áudio.
- Salvo algumas exceções, conteúdo em áudio e vídeo precisa ser minimamente editado pra ficar legal de consumir.
E tem mais um ponto final que eu vou colocar separado aqui porque acho muito importante: (quase) tudo começa com texto.
Sabe os vídeos que você assite dos seus criadores favoritos no Youtube? Aqueles que o pessoal fala com uma super naturalidade? Aquilo não é espontâneo. Antes de gravar, essas pessoas pensam muito bem no que elas querem falar e comunicar naquele vídeo e estruturam essas ideias em um roteiro, que nada mais é do que um monte de texto.
Pra quem me ouve nos podcasts que sou host, às vezes pode parecer que eu tô tendo um papo completamente informal com os entrevistados, só que não: antes daquilo ali eu pesquisei sobre o assunto ou entrevistado, fiz anotações, perguntas e coloquei pontos-chave.
E sabe o que é legal de começar pelo texto? Esse conteúdo pode ser todo reaproveitado.
Esse artigo aqui mesmo: pra eu adaptar ele pra ser roteiro de um vídeo no meu canal é super fácil. Um artigo no LinkedIn. Ou uma sequência de stories no Instagram falando sobre criação de conteúdo. Ou um podcast. Ou...você entendeu, né? :)
Mas eu vou deixar esse assunto pra depois.
Agora em quero saber: qual a sua maior frustração na hora de criar seus conteúdos?